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Crânio ósseo
13/11/2012
Publicado por: administrador

O crânio pode ser considerado o centro sensorial e motor do corpo humano. Essa afirmação é sustentada pela constatação de que estruturas como o encéfalo e os órgãos sensoriais da visão, audição e olfato, além do equilíbrio, estão situadas na caixa craniana. De um modo geral, o crânio é formado por ossos unidos por junturas sem mobilidade e pode ser divido em duas partes: o neurocrânio, formado pelos ossos que recobrem o encéfalo, e o viscerocrânio, formado pelos ossos que circundam a boca, nariz e a maior parte das órbitas. Além disso, o tecido ósseo das duas áreas possui diferentes origens embrionárias, sendo o neurocrânio originado das cristas neurais e o viscerocrânio proveniente dos arcos faríngeos. O leitor deve acompanhar a descrição junto a um atlas anatômico, a fim de que se tenha uma melhor compreensão.

Vista Frontal do Crânio

Nessa perspectiva, vêem-se o osso frontal e o zigomático, os ossos da região nasal e das órbitas, as maxilas e a mandíbula. O osso frontal forma a fronte do crânio, além de participar da constituição óssea das órbitas e da fossa anterior do crânio interno. Nos recém nascidos, esse osso é divido medianamente em duas partes que posteriormente se fundem. A persistência da sutura frontal é denominada sutura metópica em adultos sadios, constituindo uma variação anatômica do esqueleto humano. Além disso, o osso frontal forma os arcos superciliares, estrutura que é mais saliente nos homens, e a região entre os arcos, a glabela. Os ossos nasais situam-se inferiores ao osso frontal, e o encontro destes determina um ponto craniométrico importante, o násio. Juntamente com as maxilas, os ossos nasais formam a parte óssea do nariz externo, que delimita a abertura piriforme. É possível identificar o septo nasal e as conchas nasais internamente a essa abertura. Os zigomáticos são ossos que dão a forma proeminente das bochechas e situam-se lateralmente aos ossos maxilares e inferiores às órbitas. Possuem o processo frontal e o processo temporal, que se direcionam a esses ossos. O processo temporal do zigomático liga-se ao processo zigomático do temporal para formar o arco zigomático. Na região lateral do osso, encontram-se os forames zigomaticofacias, por onde passam vasos e nervos de mesmo nome. As maxilas encontram-se mediais à face e possuem processos frontais e alveolares, sendo que estes sustentam os dentes maxilares (ou superiores). Unindo as maxilas no plano mediano está a sutura intermaxilar. Inferior à órbita, as maxilas possuem os forames infraorbitais, por onde passam os vasos e nervo supraorbitais. A mandíbula é o único osso articulado da face e está situado na parte inferior do crânio. É possível identificar três áreas características: o ramo, que se divide em processo coronoide e processo condilar, o ângulo e o corpo, onde está situado o processo alveolar que sustenta os dentes mandibulares (ou inferiores). Na parte anterior do osso, têm-se os tubérculos mentuais , divididos pela sínfise mandibular e, caudal a esta, a protuberância mentual. Na mesma região, logo abaixo do segundo dente pré-molar, vasos e nervo mentual emergem do forame que possui o mesmo nome.

Vista Superior do Crânio

O crânio visto dessa maneira tem a forma oval, que se alarga nas eminências parietais na região posterolateral. De modo geral, são visíveis quatro ossos do neurocrânio: o osso frontal, o osso occipital e os ossos parietais. Entre eles há junções denominadas suturas que recebem denominações especificas. A sutura coronal está situada entre os ossos parietais e o osso frontal; a sutura sagital entre os dois ossos parietais; e a sutura lambdóidea entre o osso occipital e os ossos parietais. A junção dos ossos parietais com o osso frontal e o occipital forma dois pontos craniométricos, o bregma e o lambda, respectivamente. O vértice é o ponto mais alto da calvária e está localizado no ponto médio da sutura sagital. Próximo a essa sutura pode-se encontrar os forames parietais, dos quais emergem veias emissárias para o couro cabeludo.

Vista Posterior do Crânio

São visíveis os ossos occipital, parietais e os processos mastóideos do osso temporal. O encontro das suturas sagital e lambdóidea, denominado lambda, é melhor observado e pode apresentar ossos suturais lateralmente. O osso occipital apresenta uma protuberância na parte central que é evidente in vivo e pode ser apalpado, sendo chamado de ínio ou protuberância occipital externa. Lateralmente à protuberância, encontra-se a linha nucal superior e, inferior à linha nucal superior, a linha nucal inferior menos evidente. A crista occipital externa desce da protuberância em direção ao forame magno.

Vista Lateral do Crânio

São visíveis os ossos do viscerocrânio e do neurocrânio, sendo eles o osso parietal, o occipital, o temporal, o frontal, a asa maior do esfenóide, a mandíbula, a maxila e o zigomático. Estruturas formadas por esses ossos são importantes para a descrição do crânio. O osso temporal possui anteriormente o processo zigomático, que se articula com o processo temporal do osso zigomático para formar o arco zigomático. Ainda nesse processo, há o tubérculo articular para inserção do ligamento lateral da juntura temporomandibular. Posteriormente ao processo, situa-se o meato acústico externo, que leva à membrana timpânica. Há também o processo mastóide e o estilóide, que recebem ligamentos para músculos da mandíbula. O arco zigomático divide duas áreas no crânio: a fossa temporal, situada superiormente ao arco, e a fossa infratemporal, situada anteroinferiormente ao arco. A fossa temporal é também limitada pela linha temporal superior e inferior. Nessa vista, encontram-se visíveis dois pontos craniométricos, ou pontos de referência, importantes: O encontro dos ossos temporal, forntal, parietal e esfenóide na fossa temporal, chamado de ptério, e o encontro dos ossos temporal, occipital e parietal, na parte posteroinferior da face lateral, chamado de astério.

Vista Inferior da Base do Crânio

A base do crânio é formada pelo processo palatino da maxila, pelos ossos palatinos, vômer, esfenóide, temporal e occipital. O palato duro (céu da boca) é formado pelos processos palatinos da maxila e pelos ossos palatinos mais posteriores. Anteriormente, o palato duro apresenta a fossa incisiva, por onde passam o nervo nasopalatino e os vasos esfenopalatinos. Nos ossos palatinos, há o forame palatino maior, anteriormente, e o forame palatino menor, posteriormente. Por eles passam nervos e vasos de mesmo nome. Duas aberturas seguem-se subjacentes ao palato duro que representam a abertura nasal posterior, ou cóanos, formadas pelos ossos palatinos e pelo vômer. Entre os ossos frontal, temporal e occipital, situa-se um osso ímpar denominado esfenóide. Este possui estruturas que determinam importantes áreas em ambos os lados do crânio, como a asa maior, a asa menor e o processo pterigóide do osso esfenóide, além de forames que são atravessados por importantes nervos e vasos do encéfalo. O processo pterigóide, por sua vez, possui uma lâmina lateral e outra medial, sendo que nesta encontra-se o hâmulo pterigóide. O osso esfenóide apresenta nessa vista o forame oval e o forame espinhoso, pelos quais passam o nervo maxilar e o mandibular, respectivamente. Na divisa entre o osso esfenóide e o osso temporal encontra-se o forame lacerado, que no ser vivo é recoberto por cartilagem e por ele não passa nenhum nervo. Posterior e lateralmente ao osso esfenóide encontra-se o osso temporal, no qual é possível ver o processo estilóide e o mastóide, além da parte petrosa, na qual se encontram as porções internas do ouvido. Entre o processo estilóide e o processo mastóide situa-se o forame estilomastóideo, atravessado pelo nervo facial (VII). Uma estrutura de forma côncava, situada na parte anterior do osso temporal, recebe o processo condilar da mandíbula e participa da articulação temporomandibular , sendo denominada de fossa mandibular. Na parte petrosa, na interseção entre os ossos temporais e o occipital, há o forame jugular que permite a passagem do nervo glossofaríngeo (IX), do nervo vago (X) e do nervo acessório (XI). Subjacente a este, encontra-se o canal carótico, que é atravessado pela artéria carótida interna e pelo plexo carótico autônomo. Posteriormente, o osso occipital é a estrutura dominante nessa vista e pode ser didaticamente dividido em três partes. A primeira situa-se na região mediana do crânio e é cercado pelos ossos temporais lateralmente e pelo vômer anteriormente. Nela há o tubérculo faríngeo. A segunda região é caracterizada pelo forame magno, grande abertura da caixa craniana pela qual se conectam o bulbo e a medula espinhal, e, lateralmente a este, os côndilos occipitais. Adjacente aos côndilos existe os canais para o nervo hipoglosso. Na terceira região é visível as linhas nucais superior e inferior, além da protuberância occipital externa, mais posteriormente, e, cruzando as linhas e dirigindo-se ao forame magno, a crista occipital externa, já descritas anteriormente.

Bibliografia

NETTER, Frank H. - Atlas de Anatomia Humana - 5a Edição MOORE, Keith L. et al - Anatomia Orientada para a Clínica - 6a Edição GARDNER, Ernest et al - Anatomia - 4a Edição